quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SBPC e ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS: pré-sal



São Paulo, 9 de setembro de 2011
SBPC/ABC-123/Dir.


Excelentíssima Senhora
Presidente da República DILM MA VANA ROUSSEFF
Brasília, DF.

Senhora Presidenta,

A Câmara dos Deputados deverá colocar em votação ainda este mês o PPL nº 8.051/2010, que determinará as regras de partilha dos royalties provenientes da exploração de petróleo na camada do pré-sal. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) vêm por meio desta chamar a atenção de Vossa Excelência para a importância de se garantir recursos para as áreas de educação e de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) nos Contratos de Partilha e no Fundo Social. Lembra ando que reservas de petróleo são finitas, a grande questão que se apresenta é o que vamos fazer com esse dinheiro: gastar em despesas correntes  ou investir na construção do futuro?

As entidades apóiam a proposta da relatoria, que será apresentada pelo deputado Fernando Jordão (PMDB-RJ), para retomar as receitas do Ministério da Ciência, T Tecnologia e inovação (MCTI) e da Marinha relativas s aos royalties dos atuais Contratos de Concessão. Será uma forma de corrigir um grave equivoco o, gerado com a aprovação da Lei nº 12.351 1/2010 (artigo 49) que causou perdas de R$ 1,3 bilh ão/ano na principal fonte de financiamento d de pesquisa na área de petróleo e gás natural: o fundo do setorial CT-Petro.


O impacto dessas perdas, se confirmadas, será sentido a partir de janeiro de 2012, quando o CT-Petro terá uma redução de cerca de 72% de suas receitas, som mando uma queda de arrecadação de cerca de R$ $ 12,2 bilhões até 2020. Serão prejudicada as tanto as pesquisas científicas como o desempenho tecnológico do País na área de petróleo e gás.

Além disso, a SBPC e a ABC defendem que se reserve pelo menos 7% para a as áreas de C,T&I nos Contratos de Partilha, como f forma de estimular outros setores da economia. O mundo de hoje abriga duas características principais – inovação tecnológica e sustentabilidade – que exigem dos países produção científica a e tecnológica de ponta e educação de qualidade.

O Brasil possui hoje uma respeitável produção científica (2,69% do total mundial), que é reconhecida internacionalmente e nos coloca na 13ª posição no ranking internacional do setor. No ano passado, foram formados 12 mil doutores e 41 mil mestres – o que representa um contingente considerável de e recursos humanos. Tal estrutura pode ajudar a alavancar a economia brasileira em seus mais diversos setores, a exemplo do que ocorreu nas áreas de petróleo e gás, agronegócio e no setor aeroespacial.

Também defendemos um percentual de 30% para educação e C,T&I do total de recursos dos royalties de partilha destinados aos Estados, Municípios e Distrito Federa al. Estima-se que esse percentual gere cerca de R$ 3 3,97 bilhões – quantia que possibilitaria dar um salto na qualidade do nosso ensino, especialmente na educação básica.

Lembramos a Vossa Excelência que uma distribuição estratégica dos royalties, que contemple às áreas de educação e C, T&II, representa uma oportunidade histórica de e inserir o Brasil na era da economia do conhecimento, enterrando de vez o passado de subdesenvolvimento.


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HELENA BONCIANI NADER                  JACOB PALIS Presidente da ABC
Presidente da SBPC

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